sábado, 21 de março de 2009

Cavaleiro Ardente


"Deus dotou o meu jovem pupilo com um caracter pouco fácil...é arrebatado... impertinente... colérico... caprichoso...mas, afirmo-o, tem uma natureza recta, uma bela alma, que só eu compreendo."
E assim o capelão caracterizou o muito jovem Ardente, filho do senhor de Walburge.
Mais uma série da minha adolescência, inacabada, claro, como tudo neste país.
Em Portugal saíram em formato livro apenas cinco dos vinte livros que compõem esta série. São eles:
- O Cavaleiro Negro (Bertrand)
- Os Lobos de Rougecogne (Verbo)
- A Lei da Estepe (Verbo)
- A Trompa de Névoa (Verbo)
- A Harpa Sagrada (Verbo)

O autor é François Craenhals, belga, com um estilo bem marcado da chamada "linha clara" popularizada por Hergé. É ele que escreve e desenha, sendo também autor dos conhecidos por cá "Os 4 Ases". O Cavaleiro Ardente foi criado em 1966 para a revista Tintim. Em Portugal também foi editado nessa mesma revista, embora em formato álbum só tenha sido editado o primeiro volume em 1982. Na revista Tintim sairam "O Segredo do Rei Arthus", "O Tesouro do Mago", "A Princesa Cativa", "A Revolta do Vassalo", "Os Cavaleiros do Apocalipse" e "A Passagem". Ou seja, contabilizando, saíram mais de metade das estórias em português, embora estas da revista Tintim sejam quase impossiveis de adquirir na sua totalidade! Foi nesta revista que eu comecei a gostar deste herói, e como eu gostava! Ansiava sempre pelo próximo número e era uma infelicidade quando a estória acabava...
A acção passe-se na Idade Média, em França onde reina o Rei Arthus. O primeiro volume apresenta os personagens principais, heróis e vilões, e aqui o futuro Cavaleiro Ardente é ainda muito novo, mas já bastante irascível e corajoso. É aqui que conhecemos os seus dois futuros melhores amigos, o Cavaleiro Gaudin e o seu escudeiro Bradroc. Depois de ter ajudado a contento o Rei, este premeia a sua grande valentia tornando-o escudeiro da Princesa Gwendoline (aqui nasce a paixão...). O Príncipe Negro é expulso, mas retornará para infernizar a vida de Ardente e seus amigos...
No segundo livro Ardente ganha a possessão das suas terras, com bravura e inteligência: Rougecogne. Segue-se uma série de aventuras onde Ardente vai crescendo, ficando mais maduro, mas nunca obedecendo ao Rei sempre que a ordem fosse injusta, ou simplesmente por não concordar com a decisão real. Apesar de apaixonado pela filha do Rei nunca foi marioneta e sempre admoestou os seus amigos quando estes cumpriam ordem sem o mínimo de senso. Infelizmente ao fim de 35 anos não me consigo lembrar bem das estórias que saíram em revista, mas lembro-me do grande duelo em "O Segredo do Rei Arthus". Agora só possuo mesmo os livros que saíram pela Bertrand e Verbo.
Craenhals foi um mestre da BD, acho que quem quer aprender a organizar pranchas, vinhetas, descrições e diálogos deve ler o Cavaleiro Ardente, Craenhals é irrepreensível!
Boas leituras!

Hardcover
Criado por: François Craenhals
Editado entre 1982 e 1987 por Bertrand e Verbo
Comprado no Miau e FNAC
Nota média da série : 8 em 10

18 comentários:

  1. Não conhecia este mas parece uma excelente serie. :)

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  2. Nunca gostei muito desta série.

    Quase impossíveis de adquirir?! Os volumes compilados andam aí, é só abrir os cordões à bolsa.

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  3. OCP
    Sim é uma série que me deixou saudades!

    Refem
    ehehe
    É uma questão de gosto! E este herói também envelhece, isto em relação ao teu comentário no post anterior.
    Quanto a adquirir compilações das revistas Tintim... os preços são completamente proibitivos, mesmo quando estão em franco estado de má conservação! Os preços são completamente "loucos"!

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  4. O Cavaleiro Ardent foi uma das grandes séries publicadas no Tintin, embora tenha perdido um pouco o fôlego nos episódios mais recentes. Das várias cenas marcantes de BDs que retenho ainda na memória estão duas da história "O Segredo do Rei Arthus": uma é quando Ardent escapa in extremis ao machado do carrasco que o ia decapitar; a outra é quando Ardent é resgatado dos esgotos imundos depois de ter saltado para o fosso do castelo para fugir aos seus perseguidores.

    Aos poucos, estou a completar a minha colecção da revista Tintin. Custa cerca de 2,50€ cada nº avulso (compro no Chaminé da Mota e também alguns na Tintin por Tintin.) É caro, é verdade, mas vou fazendo o sacrifício.
    Mas pode-se fazer alguma coisa acerca disto. Talvez esta minha opinião seja um pouco polémica mas porque não fazer algo como fazem nos EUA? Estou a referir-me à digitalização de BDs. Procurando, encontra-se na net quase toda a produção de comics dos EUA, recente e antiga. E a que me interessa é a antiga. E se por cá, quem tivesse revistas e jornais antigos, os digitalizasse? Há a questão dos direitos de autor, com certeza, mas será que se iria prejudicar alguém por disponibilizar gratuitamente algo que foi publicado há, digamos, mais de 30 anos? No fundo, estou a fazer isto no meu blog (passe a publicidade) com a publicação das pranchas das 20.000 Léguas Submarinas publicadas em 1955 no Primeiro de Janeiro.
    Que achas?

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  5. Filipe
    Eu nem me importava de digitalizar algumas coisas mais antigas, o problema é que para isso (e eu nessas coisas sou perfeccionista) eu teria de desmontar o livro para fazer um scan em condições, e eu não me arrisco a estragar um livro para fazer isso. Se tu reparares nos meus scans nota-se quase sempre uma zona mais difusa de um dos lados, que corresponde à parte interior da página, isto é, para ficar perfeito teria de estragar o livro mesmo...

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  6. O ideal seria um trabalho como o que fez o Manuel Caldas com o Príncipe Valente mas isso seria impraticável para a maioria de nós.
    Já não seria mau conseguir-se uma digitalização razoável (resolução de 150 ou 20 ppp, páginas em esquadria e retoque das cores). Pessoalmente, gostaria muito de ler algumas coisas nas quais nunca irei conseguir pôr as mãos, de certeza (Cavaleiro Andante, Papagaio, Jornal do Cuto, por ex.) :)

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  7. Filipe
    Como o trabalho do manuel Caldas, só alguém com a paciência e conhecimentos iguais a ele :)
    Teria de não fazer mais nada durante muito tempo, trabalho bom para a minha reforma eheheheh!

    Cavaleiro Andante, Papagaio, Jornal do Cuto, não tenho nada tão antigo... o mais antigo que eu tinha eram os Tintins a partir do 4º ao 9º ano e os Mundo de Aventuras da mesma altura, e também alguns posteriores. Quando mudei de casa a primeira vez... desapareceu tudo (inclusivé muitos álbuns FB)!

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  8. As Fnacs tem os albuns da verbo em Promo leve 2 e pague 1.

    "Em Portugal também foi editado nessa mesma revista, embora em formato álbum só tenha sido editado o primeiro volume em 1982. "

    Tinha eu 7 aninhos,pouco percebia de BDS.

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  9. As Fnacs tem os álbuns do Tintin verbo em Promo leve 2 e pague 1.(editado)

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  10. Kitt
    Mas que álbuns da Verbo? Tintim? Cavaleiro Ardente?

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  11. Cavaleiro ardente tem toda a pinta de título de um filme pornográfico...

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  12. Kitt
    Ora... eu li a minha primeira revista Tintim (tive a fazer contas) em 1971, ou seja tinha 7 anos! Obrigado pela Info.

    Rafeiro
    Se achas pornográfico gajos de armadura e espada na mão... pobre jove!

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  13. "Mas que álbuns da Verbo? Tintim? Cavaleiro Ardente?"

    Os álbuns do Tintim/Verbo.loolol

    "Ora... eu li a minha primeira revista Tintim (tive a fazer contas) em 1971, ou seja tinha 7 anos! Obrigado pela Info."

    Eu ainda era 1 projecto em 1971.lolollo

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  14. Ja agora a Verbo edita mais alguma bd alem dos Tintins??

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  15. Kitt
    - Os 4 Ases
    - Asterix
    - Joana, João e o macaco Simão
    - Peles-Vermlhas
    - Blake & Mortimer
    - Cid
    - Condessa de Ségur
    - Petzi
    - Quim e Filipe
    - Yakari
    - Yoko Tsuno
    - Tintim
    - Cavaleiro Ardente

    Estes são os títulos que eu conheço da Verbo, agora presentemente:
    - Tintim
    - Joana, João e o macaco Simão
    - Quim e Filipe
    - Os Inquéritos da Mão Negra

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  16. A Bongop-Wife, deve ter um trabalhão a limpar o pó a essas obras d'arte. Não queria estar no lugar dela.

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  17. Ora a malta por cá ainda é muito tacanha e bronca nestas coisas de partilhar coisas e medos dos direitos de autor. Ora já comecei a digitalizar a minha colecção (muito poucos - teras de emprestados e nunca mais vistos) mas vai lentamente que não há tempo (http://www.scribd.com/document_collections/2455724). Tenho aqui dois álbuns do ardente em fila de espera para o scan e gosto muito do que já vi do autor. Tenho que voltar a ir aos alfarrabistas... o monstro do pântano, há por aí?

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  18. Zé Tomes
    Os direitos de autor não se aplicam quando publicas parte , neste caso, de um livro e não tem o objectivo comercial. Aliás, no meu caso é considerado apenas publicidade gratuita...
    Em relação ao Monstro do Pântano penso que te estás a referir ao Swampthing do Alan moore. Se for este tens algumas coisas no meu blog, mas todas tiradas dos originais em inglês, em português apenas saiu no Mundo de Aventuras a preto e branco.
    Bem vindo aqui ao blog!
    :)

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Bongadas

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