sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Os Comics e os Anos 90: Substitutos [18]


Terça-Feira é dia d'Os Comics e os Anos 90 e do Hugo Silva!
Hoje o tema é Substitutos. Os anos 90 também tiveram esta característica, e o Hugo vai falar dos mais importantes.

Substitutos

Como já falámos aqui, nos anos 90 houve muitas experimentações e a dada alturas as editoras acharam por bem experimentarem novas caras e novos nomes em algumas das revistas emblemáticas da indústria. Vamos aqui então abordar alguns desses substitutos.
























Eric Masterson apareceu pela primeira vez na revista Thor #391, num papel secundário que foi aparecendo cada vez mais nas histórias até ao dia em que tornaram esta personagem o alter-ego do Deus do Trovão (Thor #408), e algum tempo depois (Thor #432) ele tornou-se mesmo no herói, assumindo a revista até ao número #459, sendo assim o Thor que muitos conheceram e que chegou até a integrar a equipa dos Vingadores.

Masterson era uma personagem comum, um simples arquitecto divorciado e com um filho que se vê envolvido numa batalha entre Thor e um vilão que o deixa gravemente ferido. Odin decide então salvar-lhe a vida, colocando a mente do Deus do Trovão dentro da do mortal e fazendo com que este tenha que viver a vida de um herói mesmo sem a desejar.


Depois de muitas aventuras (e uma breve separação dos 2 seres), o então senhor de Asgard Heidmall separa finalmente Eric de Thor, e é este que diz para ele continuar o trabalho como protector de Midgard e assumir o papel de Deus do trovão, dando-lhe o Mjolnir como símbolo de agradecimento e passagem de testemunho. Masterson passa então a viver uma vida de aventuras a solo como se fosse o verdadeiro Thor, juntando-se aos Vingadores e sendo parte importante da equipa em confrontos como as sagas do Infinito ou a Operação Tempestade Galáctica. Na equipa ele mostrava todo o seu amadorismo, e por vezes um entusiasmo de novato que não corria nada bem, nem para ele nem para a equipa.

Tom DeFalco e Ron Frenz criaram esta personagem que chegou a ter algum sucesso e muitos fãs e isso mostrou-se na estreia da revista Thunderstrike em 1993, que mostrava as aventuras de Masterson como um novo herói (de rabo de cavalo como a época mandava) de Maça mística na mão, um presente de Odin quando este decidiu finalmente fazer tudo voltar ao normal.

Pela DC foi um herói cósmico a merecer uma grande mudança, não seria a primeira vez que veríamos uma pessoa diferente como Lanterna Verde da terra, mas desta vez havia uma pequena diferença, este ficava como O único e verdadeiro Lanterna Verde, especialmente depois da desgraça a que tinha chegado o grande Lanterna Hal Jordan.

Kyle Rayner chegou em 1994 (Green Lantern #48) e foi durante boa parte da década o único Lanterna Verde, apoiado pelo único guardião sobrevivente e sendo um verdadeiro novato nestas andanças de herói e também um dos novatos da maior equipa de heróis, a Liga da Justiça, aprendendo muito durante a sua estadia ao lado de veteranos como o Batman ou o Super-Homem.

Criado por Ron Marz e Darryl Banks, Rayner era um artista que foi escolhido pelo único Guardião do Universo como merecedor de ser o novo Lanterna Verde da Terra (Green Lantern #50). Como qualquer jovem que se apanha com um anel mágico que lhe permite dar vida a tudo o que consegue imaginar, a sua reacção é de grande entusiasmo e começa a brincar bastante com as possibilidades que o anel lhe proporciona e motivado pela sua namorada.

As suas primeiras aventuras são com o uniforme clássico do Lanterna Verde, mas a sua namorada diz que não é um fato condigno com a sua nova função e que ele como designer tinha obrigação de criar algo diferente e original.

Foi assim que nasceu o uniforme que muitos odiaram e outros adoraram, aquele que para muitos foi o uniforme que viram pela primeira vez como Lanterna Verde. Esta mudança de personagem não foi tão pacífica como aquela que ocorreu em Thor, Marz chegou a confessar numa entrevista à Wizard que recebeu várias ameaças de morte de pessoas que não estavam nada contentes com o que estava a acontecer na revista.
























Com o tempo a personagem foi conquistando um lugar no universo DC, o seu à vontade e espírito aventureiro caíam que nem uma luva numa revista daquelas, e a tragédia pessoal que sofreu (com a sua namorada a ser esventrada e colocada dentro de um frigorífico) ajudou a que as pessoas o aceitassem melhor e até o considerassem um bom Lanterna Verde.

Na Liga ele chegou a ser de extrema importância em algumas histórias, apesar de denotar sempre um grande nervosismo e ter que ser motivado por personagens como a do Caçador de Marte, que via o potencial dele e queria ajudá-lo a ser o herói que ele podia ser. Isto em conjunto com a morte de sua namorada (que o ajudava a ser mais responsável e menos “criança” no papel de herói), fizeram a personagem amadurecer muito depressa e isso foi mostrado também numa storyline onde ele ganhou imensos poderes e se tornou quase um Deus, adoptando o nome de Ion e um novo uniforme (Green Lantern #149).


Uma curiosidade interessante na sua história como Lanterna Verde, foi a parceria com outro herói substituto da DC, o novo Arqueiro Verde Connor Hawke, que tinha assumido o papel do seu pai (que havia falecido) e tinha uma atitude muito zen em relação a tudo o que acontecia. Foi uma forma da DC reeditar a dupla Green Arrow/Green Lantern, e foi bem engraçado ver a camaradagem destes novos heróis, especialmente quando tiveram em aventuras juntos na Liga da Justiça.


Kyle foi perdendo o protagonismo ao longo dos anos, mas foi considerado um dos melhores substitutos da década e sem sombra de dúvida aquele que teve mais sucesso.

Na Marvel, decidiu-se sacudir de novo a vida de Tony Stark e colocar no seu lugar uma personagem já conhecida e querida por todos nós, o seu fiel amigo James Rhodes. Uma decisão ainda mais arriscada se considerarmos que não era comum um herói negro assim com tanto destaque, substituindo uma personagem regular e de alguma importância no universo da Marvel.

Rhodes ajudou Stark na sua luta com alcoolismo e continuou com a armadura mesmo depois disso, foi complicado para ele já que não tinha o mesmo conhecimento que Stark tinha da tecnologia presente na armadura, mas compensava com uma força de vontade forte e com uma espécie de “esperteza de rua” que o ajudava em bastantes situações.

Nos anos 90 voltou-se a apostar numa situação semelhante e até se deu uma nova armadura para Rhodes e um novo cognome, ficando como War Machine e continuando a participar em aventuras importantes em equipas como Force Works ou os Vingadores da Costa Oeste.

Stark na altura aparecia mais na sua personagem playboy industrial do que como herói, Rhodes era quase um substituto e assim ficou até Tony retomar o seu devido papel na armadura principal do universo da Marvel.

Existiram outros substitutos nas duas grandes editoras, sendo o maior exemplo o Ben Reilly (que será falado noutra altura) como Homem-Aranha, uma das medidas mais polémicas da década e com grandes consequências para a vida de Peter Parker.

Texto: Hugo Silva

Espero que tenham gostado e podem aceder a todas as publicações do Hugo Silva no Leituras de BD clicando no nome dele, e visitar o seu blogue no seguinte link:
Ainda sou do Tempo...

Podem ler os anteriores artigos desta rubrica nos seguintes links:
Os Comics e os Anos 90: Image Comics - Youngblood
Os Comics e os Anos 90: DC Comics - A Morte do Super-Homem
Os Comics e os Anos 90: DC Comics - A Queda do Morcego
Os Comics e os Anos 90: Crossovers entre várias Editoras 
Os Comics e os Anos 90: Dark Horse - Hellboy
Os Comics e os Anos 90: Marvel - Onslaught 
Os Comics e os Anos 90: DC Comics - Elseworlds: Golden Age
Os Comics e os Anos 90: Marvel - Heroes Reborn 
Os Comics e os Anos 90: Wizard Magazine
Os Comics e os Anos 90: Marvel - Os Monos da Marvel
Os Comics e os Anos 90: DC Comics - Hal Jordan: Ascensão, Queda e Redenção
Os Comics e os Anos 90: Alex Ross
Os Comics e os Anos 90: A Falência da Marvel
Os Comics e os Anos 90: Top Cow - The Darkness & Witchblade
Os Comics e os Anos 90: DC Comics - Sidekicks
Os Comics e os Anos 90: Marvel - New Warriors
Os Comics e os Anos 90: WildStorm - Planetary & Authority

Boas leituras

20 comentários:

  1. Boooo. Falaste do Kyle Rayner e das ameaças de morte e nem sequer mencionaste que elas partiam da HEAT, esse grupo de nerds que punha anúncios na Wizard (não, não estou a exagerar) a exigir o regresso imediato de Hal Jordan e a morte grotesca de Rayner (de preferência enfiado dentro de um frigorífico como a namorada dele).

    Também houve a Artemis como Mulher Maravilha, o Danny Ketch como Motoqueiro Fantasma e os novos Desafiadores do Desconhecido (algo mais obscuro).

    ResponderEliminar
  2. tiveram varios substitutos mas os melhores foram o wally west e o substituto do arqueiro verde,tambem teve na epoca o agente americano que foi o capitão america por um tempo e o capitas virou agente americano e depois trocaram de lugar,minha irmã até hoje gosta muito do kyle apesar de eu não curtir ele tanto assim,anos 90 foi a tentativa da editora de conseguiu um publico mais jovem e na epoca conseguiu um publico que seguiu por muitos anos

    ResponderEliminar
  3. Paulo Costa
    Essa altura foi terrível para os fãs Green Lantern! 1º foi a cena do Hal Jordan, depois o Rayner... lol
    Soube dessas ameaças de morte, mas não sabia que era esse grupo HEAT que as promovia!
    :D

    ResponderEliminar
  4. Questão
    O Wally West não foi referido porque é um "substituto" dos anos 80.
    Quanto ao Rayner... também nunca gostei muito dele! Aliás, neste momento pouca preponderância tem na cronologia Green Lantern e Green Lantern Corps...
    ;)

    ResponderEliminar
  5. Eu sou muito fã do Kyle Rayner, não tanto pelas histórias da revista dele, que li poucas, mas pelo modo como Grant Morrison o utilizou na JLA. A aposta de Morrison era nos maiores heróis da Terra, os big 7 da editora, e o Lanterna Verde tinha que estar lá, mas Morrison reconhecia que ele era um novato. O que o Morrison soube aproveitar bem foi as construções mentais doidas que o artista Darryl Banks tinha inventado na revista do Lanterna, e que se enquadravam perfeitamente no ambiente das histórias da Liga.

    ResponderEliminar
  6. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

    ResponderEliminar
  7. O Carteira Vazia
    Lamento mas vou apagar o teu comentário. Fazer publicidade sem comentar o post e logo à 1ª vez que se comenta neste blogue... digamos que não é simpático.

    ResponderEliminar
  8. Na altura gostei bastante das histórias iniciais do Kyle Rayner. Pareceu-me um personagem criado com alguma sustentação, tanto mais que aguenta até hoje, e aparece com regularidade nos títulos Green Lantern. Lembro-me de uma edição da Abril, Crepúsculo Esmeralda, que me parece conter a sua primeira aparição, e depois sair na revista do Super-Homem. Na altura deixei de acompanhar porque me parece que coincidiu com o fim da publicação da Abril em Portugal. Não sei se estou correcto...

    Nuno, acho que neste momento o Kyle Rayner aparece principalmente no New Guardians (um dos títulos New 52). Não sei qual a sua preponderância, mas parece-me um dos personagens principais.

    ResponderEliminar
  9. ...e apesar de o Wally West ter substituído o Barry Allen na década de 80, parece-me que foi ele o verdadeiro precursor dos heróis-substitutos que inundaram a década de 90. E para mim resultaria até hoje, se não fosse a idiotice do Johns de trazer de volta o Barry Allen (apesar de ser um bom escritor, esta foi uma das grandes asneiradas que o deixaram fazer). As histórias do Mark Waid e posteriormente do Johns (!) são das minhas favoritas...

    Como é óbvio não poderiam listar todos os heróis substitutos, mas falta aqui um dos mais importantes, senão mesmo o mais importante: Batman/Azrael/Jean-Paul Valley! Este sim, causou grande controvérsia! Chegou a ter um título próprio, após o regresso do Bruce Wayne... after Knightfall.

    ResponderEliminar
  10. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  11. muito bom como disse no gibiscuits me fez lembrar uma época difícil ma boa de minha vida

    ResponderEliminar
  12. Ia dizer que só conhecia o War Machine mas o Dinis apontou o Azrael que me lembro bem devido a sua publicação em português se não estava na ignorância como estou com a maior parte dos substitutos que estão por ai.lol
    Curioso por ler esse prometido artigo do Spiderman e a saga dos clones :D

    ResponderEliminar
  13. Paulo Costa
    O Rayner teve algumas boas histórias, mas depois tornou-se um bocado "massa com feijão"...
    :P

    ResponderEliminar
  14. Dinis
    Sim, no inicio também gostei, apesar do universo dos Lanternas ter sido amputado do Corpo de Lanternas, mas depois começou a tornar-se um pouco monótono, faltava variedade.
    Talvez por isso o Rayner funcionasse melhor na JLA!
    E sim, o Rayner é o Lanterna dos New Guardians, mas lá está, funciona porque está inserido num "super-universo", cheio de caracteres interessantes.
    Sim, o Wally West foi um excelente substituto, e nunca deveria ter sido apagado da cronologia... não percebi essa. Enfim... de qualquer modo, só estamos a falar naquilo que foi criado na década de 90.
    Quanto ao Azrael, já foi focado no post d'A Queda do Morcego nesta rubrica!
    ;)

    ResponderEliminar
  15. Dia a Dia
    lol
    A década de 90 é especial por ter sido uma época de excessos gráficos e de experiências ao nível de argumentos. Mas lá está... teve muitas coisas más, mas também teve coisas bastante boas. Uma década "sui generis"!
    :D

    ResponderEliminar
  16. alucarsdcorner
    A Saga dos Clones terá a sua vez nesta rubrica, não pode faltar!
    :D
    Como disse atrás, Azrael não foi mencionado neste post por ter sido protagonista na Queda do Morcego.
    ;)

    ResponderEliminar
  17. Qual saga dos clones qual quê?!? O Aranha 2099!! Esse é que precisa ser falado. Eu sei que pareço desesperado, mas é que ele apareceu agora no Superior Spiderman e suspeito que aquele 'escritor' vá deixar o meu Aranha favorito mal tratado :S:S Nas imagens que vi nem parece o mesmo... É um desespero ver um dos nossos personagens favoritos nas mãos de um gajo assim Quando vi a noticia até me benzi (eu que nem sou crente). Enfim...

    ResponderEliminar
  18. Luis Sanches
    Se for falado irá ser pelo Hugo ou pelo Paulo. Não li quase nada desse Aranha!
    Mas a Saga dos Clones é fixe porque é odiada por quase toda a gente!
    :D

    ResponderEliminar
  19. Por acaso dai só nao acompanhei muito a mudança no Arqueiro apesar de ter lido o inicio.
    O Mais famoso dai é o Kyle por causa da polemica,porque o Rhodes só sofreu porque teve a apresentação cheia de cortes,e como o Stark nao ficou "morto" muito tempo ate chegou a agir ao lado do novo latinha com armadura,antes de ir para Avengers e aparecer ate nos desenhos animados da epoca.O Thundersrtike como heroi a parte e mesmo Thor nunca me convenceu.

    ResponderEliminar
  20. Optimus
    Destes todos o que vingou melhor na minha opinião foi o Rayner. Todos os outros se foram apagando ao longo do tempo.
    :)

    ResponderEliminar

Bongadas

Disqus Shortname

sigma-2

Comments system

[blogger][disqus][facebook]