quarta-feira, 1 de abril de 2015

Máquina do Tempo: JLI, sai a comédia entra a acção


Vou terminar aqui a minha viagem pela JLI, relembrando a parte final desta fantástica viagem de Giffen/DeMatteis, que deu uma outra alma aos comics e nos fez olhar de forma diferente para a banda desenhada com humor.

A divisão entre a Liga da Justiça América e a Europa continuava a acentuar-se, no número #36 da LJA tínhamos o G'nort em destaque, em conjunto com o "terrível" Mister Nebula que era uma espécie de Galactus designer, que gostava de remodelar os planetas mas de uma forma muito peculiar e demasiado colorida. Uma história com um humor muito mais ao género do DeMatteis, mas nem por isso pouco interessante, mas longe da qualidade que estávamos habituados. Na Europa, apelava-se um pouco ao dramatismo, com a aparição do filho de Metamorfo e a confusão toda que se gerou em torno disso, Os apontamentos de comédia estavam lá, mas não eram tão exagerados como o começo da JLI, o que até era uma coisa boa, assim não parecia uma cópia e a fórmula não cansava o leitor.

Depois de um crossover disparatado entre as duas equipas, por causa de um terrível gato que acaba adoptado pela Poderosa, vemos a saída do Gladiador Dourado (que forma uma equipa patrocinada pelas companhias chamada conglomerado) e tanto a LJA como a LJE começam a ter muito mais acção nas suas páginas, de forma bastante dramática e com bastante menos comédia.

Volta um grande vilão da antiga Liga, o Despero, que começa um rastro de destruição que dizima quase a equipa toda, destruindo J'onn com um ataque mental e mostrando respeito pelo Besouro Azul dizendo que tem das maiores mentes da equipa (algo que nunca se devia duvidar, mas que a comédia que ele se envolvia fazia outros pensarem o contrário), até que um Guy Gardner enfurecido e preocupado com os seus colegas, dá o troco e surpreende o vilão.

Do outro lado, a divisão europeia enfrenta uma perigosa equipa de super vilões de outra dimensão, chamada Extremistas, que apresenta uma crueldade que quem seguia as duas equipas não estava nada à espera.


A arte ajudava a esta mudança toda, Sears era muito competente e Hughes tinha uma forma de retratar as coisas que tornou tudo aquilo uma grande saga, algo que sinceramente era necessário para abanar o status quo da equipa. A aparente morte do Sr Milagre deu um impacto maior à coisa, com todos a realçarem que a equipa precisava de mais músculos, senão iriam continuar a acontecer tragédias destas.

Na Liga Europa a coisa não andava melhor, a ameaça nuclear que os extremistas lançaram sobre a terra foi uma ameaça credível e que fez com que a equipa se unisse e enfrentasse uma das suas maiores batalhas. Quando essa saga chegou ao fim, voltou a velha questão de não haver heróis europeus no grupo, dando azo a algumas situações ridículas como quando um empregado de uma das embaixadas decide tentar entrar para a equipa.

Guy Gardner e Gelo continuavam a alimentar uma possível relação, e Guy mostrava um lado mais humano, tendo direito até a ter um dos seus heróis, o exageradamente bonzinho General Glória. O humor ia aparecendo a espaços, mas cada vez mais havia mais acção e drama nas suas histórias, e o começo do fim aproxima-se quando Max é baleado e fica à beira da morte.

Por esta altura as duas revistas estavam quase interligadas, por isso havia uma grande comunicação entre os dois grupos e ambos sentiram muito este acontecimento. Pelo meio tivemos ainda a junção da antiga Liga da Injustiça, como a malfadada Liga da Justiça da Antártica, que no Brasil saiu num Superpowers bem divertido. Talvez as últimas grandes histórias de humor desta equipa criativa.

O fim da linha tinha chegado, ambas as equipas acabaram e voltaram algum tempo depois mas sem a mesma chama e sem o mesmo sucesso, entrando nos terríveis anos 90 e com a parte má que isso trouxe aos comics. Em todo o caso, todos deviam ler os primeiros anos da LJI, foi uma lufada de ar fresco e algo que continua ainda a fazer falta nos comics de hoje, nem tudo tem que ser sombrio e dramático.












































Podem ler os anteriores dois artigos sobre a JLI nos links em baixo:

Máquina do Tempo: JLI, os primeiros ano
Máquina do Tempo: JLI, o Espaço e a Europa nunca mais foram os mesmos

1 comentário:

  1. Dada a importância do evento (com crossover incluído), não queres fazer um epílogo a tratar da Liga da Justiça até à morte do Superhomem?

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